DIVERSIDADE E ESTABILIDADE DE MACROINVERTEBRADOS EM UMA LAGOA ASSOCIADA A UMA PLANÍCIE DE INUNDAÇÃO DO RIO DOS SINOS, RS
2003-10-23
RESUMO: O presente trabalho, inserido na Linha de Pesquisa Diversidade Animal e Vegetal, objetivou investigar se, em florestas comerciais implantadas em ecossistema de restinga , a riqueza de espécies de formigas estaria relacionada com a espécie de eucalipto e/ou com a idade dos maciços florestais, bem como determinar quais as espécies do gênero Acromyrmex e quais as suas freqüências relativas de ocorrência. As formigas foram coletadas em seis povoamentos de E. grandis e E. saligna com 31, 19, sete e cinco anos de idade, em cada um dos quais foram selecionados aleatoriamente 24 talhões de eucalipto, quatro em cada povoamento. Nos talhões foram traçados três transectos com 100 m de comprimento cada e distantes entre si 12 m. Para a coleta de formigas, ao longo de cada transecto, foram enterradas dez armadilhas com iscas de sardinha, espaçadas entre si 10 m, totalizando 30 armadilhas por talhão e sendo recolhidas após 24 horas. Foram coletadas 21.033 formigas, pertencentes a cinco subfamílias, 11 tribos, 19 gêneros e 49 espécies. De acordo com o estimador de riqueza jackknife de primeira ordem, não houve diferença significativa entre as comunidades de formigas considerando as espécies de eucalipto (U = 81,500; g.l. = 1; P = 0,582), bem como para as riquezas estimadas para as idades dos povoamentos (U = 2,504; g.l. = 3; P = 0,547). A riqueza média por talhão foi mais alta nos povoamentos de E. grandis (18,75) com 31 anos de idade e de E. saligna (18,25) com cinco anos, seguidos pelo de E. grandis, também com cinco anos que apresentou riqueza média por talhão de 15,0. O resultado obtido indica que em ecossistema de restinga no Rio Grande do Sul, a riqueza de espécies de formigas não está relacionada com a espécie de eucalipto e/ou com a idade dos maciços florestais. Nos municípios de Capivari do Sul, Osório e Tramandaí, as formigas do gênero Acromyrmex foram coletadas em 33 talhões de florestas de Eucalyptus spp. com idades variando de 31 a cinco anos. Nos talhões foram traçados três transectos com 100 m de comprimento cada e distantes entre si 12 m, as formigas tendo sido coletadas no interior dos ninhos localizados até a 1,0 m de cada lado dos transectos. Do total de 153 ninhos de formigas cortadeiras encontrados, 139 (90,85%) eram de A. laticeps, 11 (7,19%) de A. lundi, dois (1,31%) de A. striatus e apenas um ninho (0,65%) era de A. ambiguus. Capivari do Sul apresentou o maior número de espécies do gênero Acromyrmex, quatro. A maior densidade de ninhos por hectare (144,44) foi de A. laticeps no povoamento de eucalipto com 28 anos em Osório, seguido pelo povoamento com cinco anos em Capivari do Sul (68,75). Não foi constatado um aumento na riqueza nos povoamentos de eucalipto mais velhos, mas variação na composição de espécies de Acromyrmex. Neste trabalho, registra-se pela primeira vez, a ocorrência de A. lundi em ecossistema de restinga no Rio Grande do Sul.
Instituição: Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos-RS)
Autor: Ricardo Carvalho Fonseca.
Contato: Mestrado em Biologia (51) 591-1122.