SETOR ATÔMICO QUER CRESCER NA CARONA DA ENERGIA RENOVÁVEL
2003-10-15
Por Mariano Senna da Costa, de Berlim
— Quando as crianças que nascem hoje estiverem dirigindo seus carros, eles serão movidos a hidrogênio e não produzirão emissões, profetizou semanas atrás o presidente norte-americano George W. Bush. Mas o futuro previsto por Bush esconde uma ambigüidade. Ao mesmo tempo em que destinou US$ 1,2 bilhão para a pesquisa da célula de hidrogênio, o presidente dos EUA aguarda a aprovação pelo congresso americano do projeto de lei do seu governo que prevê um subsídio de US$ 15 bilhões para seis novas usinas atômicas a serem construídas no país nós próximos 10 anos. Mas o que tem a ver usina atômica e célula de hidrogênio? Especialistas e empresários norte -americanos do setor de energia prevêem que a célula de hidrogênio irá em curto prazo intensificar a construção de usinas atômicas. — Apenas com a energia vinda de novos reatores será possível produzir (através da eletrólise) hidrogênio em quantidade suficiente viabilizar a utilização massiva da nova tecnologia, dizem os lobistas do setor atômico. Estimativas do governo americano sugerem a necessidade de 400 novas usinas atômicas para produzir hidrogênio suficiente para movimentar a frota americana de automóveis. — Alguns anos atrás nós ainda nos perguntávamos se devíamos pensar em construir novas usinas atômicas. Hoje temos apenas a dúvida sobre quantas elas serão, conta Corbin McNeil, diretor da energética Exelon.