FORAMÍFEROS QUATERNÁRIOS DO ARQUIPÉLAGO DE FERNANDO DE NORONHA: TAXONOMIA, ECOLOGIA, DISTRIBUIÇÃO BATIMÉTRICA E FACIOLÓGICA
2003-10-14
RESUMO: O trabalho trata do estudo da fauna de foraminíferos bentônicos e planctônicos, retirados dos sedimentos superficiais da ilha principal e ilhas menores em torno de Fernando de Noronha. Uma coleção padrão foi montada a partir daí e catalogada junto ao Museu de Paleontologia da Unisinos. Foram identificados 169 taxa, sendo 10 planctônicos e 159 bentônicos, compreendendo 63 gêneros e 10 superfamílias. Da assembléia bentônica, a Miliolacea é a superfamília dominante, seguida de Orbitoidacea. Entre as espécies, domina Amphistegina lessonii acompanhada por Peneroplis proteus, Archaias angulatus, Pyrgo subsphaerica, Borelis pulchra, Textularia agglutinans e Peneroplis carinatus. Dezoito espécies são constantes (Amphistegina lessonii aparece na totalidade das amostras), 33 são acessórias e 108 caracterizam-se como acidentais. Na assembléia planctônica, as três espécies dominantes são Globigerinoides trilobus trilobus, Globigerinoides ruber e Globorotalia menardi menardi, aparecendo de modo constante nas amostras. O restante é acidental. As amostras foram discriminadas por fácies, estabelecidas por sua granulometria. Através da análise qualitativa e quantitativa foi possível observar que nas 33 amostras pertencentes a fácies arenosa, são dominantes: Amphistegina lessonii, Peneroplis proteus, Archaias angulatus, Elphidium discoidale, Pyrgo subsphaerica, Borelis pulchra, Peneroplis carinatus e Textularia agglutinans. Nas 13 amostras pertencentes à fácies biodetrítica são dominantes: Amphistegina lessonii, Archaias angulatus, Borelis pulchra, Discorbis mira, Gypsina vesicularis, Heterostegina depressa, Pyrgo subsphaerica e Amphisorus hemprichii. Um aspecto a ser destacado é o achado entre a fauna, de carapaças esbranquiçadas, altos níveis de oxidação e nanismo. A verificação das condições ambientais, demonstrou locais onde a poluição pode ter sido a responsável por essas alterações biológicas entre os espécimens. Chegou-se a conclusão assim, que a fauna estudada em Fernando de Noronha se parece com aquelas encontradas no nordeste brasileiro, pertencentes à Província das Índias Ocidentais. Indica um ambiente bastante característico de zonas temperadas quentes, com águas calmas, límpidas e salinidade normal.
Instituição: Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos-RS).
Autor: Adriana Rost Rossi.
contato: Mestrado em Geologia (51) 591-11-22.