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2003-10-14
Por Mariano Senna da Costa, da Alemanha
Um beija-flor se aproxima ligeiro do reluzente carrão que acaba de estacionar ao lado do bosque. Vai direto para trás da máquina, descendo bem perto do chão. Em seguida estica o bico para pegar uma gota de água puríssima que pinga do cano de descarga. — Tecnologias inteligentes como essa são desenvolvidas hoje pelos pesquisadores da DaimlerChrysler. Para os automóveis de amanha, diz a frase final do anúncio da empresa que vem sendo publicado há cerca de quatro meses em revistas européias. Mesmo com ares de conto de fadas, o anúncio expressa um fato. Empresas e institutos de pesquisa estão determinados a tornar a tão propalada célula de hidrogênio uma realidade comercial. Atualmente a DaimlerChrysler, em parceria com a Shell, trabalha no aperfeiçoamento de um protótipo que funciona com gasolina e/ou água. Mas ainda persistem barreiras com a eficiência do motor e os custos de produção. — A célula de hidrogênio será uma revolução parecida com a que foi a invenção da máquina a vapor no século 19, acredita o professor Fritz Vahrenholt, gerente de meio ambiente da Shell AG. Para ele as tradicionais usinas de energia perderão completamente o sentido quando as hidrocélulas entrarem no mercado. A perspectiva do professor é de que cada casa possa ter sua pequena usina a célula de hidrogênio ou movida a outra forma de geração renovável. Mas para isso ainda não há uma previsão certa. Estimativas atuais dão conta que ainda serão necessários 10 anos pelo menos para que essa tecnologia seja usada comercialmente na produção de energia. Certo é que hoje apenas 3% de toda a energia produzida na Alemanha vem de fontes renováveis como eólica, solar ou biomassa. Cerca de 35% ainda é oriunda das usinas atômicas e 52% é produzida pelo uso do carvão mineral ou linhita. Mesmo o gás natural tem uma participação pequena, com cerca de 7% da eletricidade consumida pelos alemães.

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