GANHA FORÇA CORRENTE POLÍTICA A FAVOR DA GERAÇÃO ATÔMICA NA ALEMANHA
2003-10-09
Por Mariano Senna da Costa, de Berlim
Os problemas com a produção e distribuição de energia na Europa estão trazendo de volta à pauta política da Alemanha a questão do fechamento das usinas atômicas do país. Depois do blackout que atingiu toda a Itália no final do mês passado, os governos de estados como Bavária, Hessen e Baden-Würtemberg voltaram a exigir que o governo federal de Berlin revise a legislação que prevê o banimento da energia nuclear como fonte geradora. — É uma necessidade abandonar o plano de abandonar a geração atômica,
parafraseia o secretário de Economia de Baden-Würtemberg, Walter Döring. Ele defende um prolongamento de pelo menos 50 anos na utilização das usinas atômicas no país. Ao seu lado, além de políticos conservadores, está o Sindicato da Indústria
Química e de energia. — Precisamos mudar esse consenso atômico, diz Hubertus Schmoldt, presidente da entidade. Atualmente cerca de 60% da energia produzida em Baden-Würtemberg vem de usinas atômicas. Para o governo federal essa discussão continua remetendo à idade da pedra da política atômica da Alemanha.