FORAMINÍFEROS DO QUATERNÁRIO DA PLATAFORMA EXTERNA E TALUDE SUPERIOR DA METADE SUL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL: TAXONOMIA, DISTRIBUIÇÃO BATIMÉTRICA E FACIOLÓGIA
2003-10-02
RESUMO: Procedeu-se ao estudo da fauna de foraminíferos bentônicos e planctônicos provenientes de 19 amostras de sedimentos superficiais de fundo da plataforma externa e talude superior (147-600 m) do extremo sul do Estado do Rio Grande do Sul (Lat. 31°-34°S e Long. 49°-52°W). Foram separados e identificados um total de 5.489 espécimens. Para a caracterização da fauna, foi utilizado o método de Drooger & Kaasschietter (1958) e calculadas a abundância, o índice de diversidade específica (Método de Shannon-Wiener, in: Krebs, 1986), a freqüência, a dominância e a constância. A fauna bentônica é composta de 111 taxa distribuídos em 5 subordens, 25 superfamílias e 67 gêneros. A subordem Rotaliina é a que apresenta a maior diversidade e dominância de gêneros e espécies em relação à fauna bentônica. Nesta associação, a superfamília Buliminacea é a mais representativa da fauna bentônica, constituindo 21,6% do total de espécimens. As espécies dominantes, em ordem decrescente de freqüência, são: Planulina foveolata, Bolivina striatula var. spinata, Cassidulina curvata, Globocassidulina subglobosa, Bulimina elegans e Uvigerina peregrina. Estas representam 73% do total de espécimens bentônicos. A distribuição das espécies abrange duas fácies sedimentares (síltico-arenosa e argilo-síltica), sendo que a maior diversidade observada ocorre na fácies síltico-arenosa e entre as cotas batimétricas de 150 a 200 metros. Na fauna planctônica, reconheceram-se 21 espécies e nove gêneros. Nesta associação, dominam, em ordem decrescente de freqüência, as espécies Globigerinoides ruber, Globorotalia menardii menardii, Globorotalia inflata, Globigerinoides trilobus trilobus, Globigerinoides conglobatus, Globorotalia truncatulinoides truncatulinoides e Neogloboquadrina dutertrei dutertrei, as quais constituem 77,6% do total de espécimens. A análise da distribuição espacial da fauna planctônica, com base na freqüência relativa, permitiu concluir que 84% pertencem a espécies típicas de águas subtropicais, enquanto 16% são típicas de águas subantárticas. Com base nesta relação, observou-se que, na plataforma externa e talude superior do RS, ocorre a mistura de águas subantárticas com subtropicais, com predomínio destas últimas.
Instituição: Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos-RS).
Autor: Eduardo da Silva Aguiar.
Contato: Mestrado em Geologia (51) 591-11-22.