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2003-10-02
Começa a despontar na Alemanha uma corrente científica que considera um erro a política do governo de Berlin que prevê a renúncia à energia nuclear como fonte geradora de eletricidade. O projeto do governo alemão, mantido até o momento, prevê o desligamento de todas as usinas atômicas do país até 2025. Para alguns especialistas no assunto os argumentos técnicos usados para justificar essa política, tais como eficiência, custos de geração e problemas com resíduos, podem ser cientificamente desmontados. — Desde que começaram as pesquisas sobre fusão atômica em 1970 a potencia energética obtida com o método melhorou milhares de vezes, conta o professor Alexandre Marian Bradshaw, diretor do Instituto Max-Planck de Física Plasmática. Ele acredita que novas descobertas devem acontecer, alterando todo o contexto da produção de energia atômica atual. — Certamente em 40 anos a fusão nuclear terá aplicações comerciais, aposta ele. Outras posições na mesma linha também são usadas para justificar posições de outros países da União Européia que não seguiram o exemplo da Alemanha. — A Suíça preferiu manter suas usinas atômicas e desativar aquelas que funcionam a carvão ou a óleo. Foi uma decisão política sobre que tipo de poluição causar agora, exemplifica. Pierre Paludgnach, especialista belga da área de energia renovável, que fez parte da equipe do Instituto Fraunhofer da Alemanha, desenvolveu um projeto sobre gerenciamento de sistemas híbridos de produção de energia. — A idéia é criar parâmetros para permitir que pelo sistema de distribuição se possa escolher qual a forma mais em conta, do ponto de vista técnico e ambiental, para se gerar energia em um determinado momento, explica ele. Sobre o problema do lixo atômico, o Prof. Bradshaw também acredita que o avanço da ciência resolverá o problema. — Hoje ainda não temos recursos e conhecimentos suficientes para viabilizar o processo de reaproveitamento total dos rejeitos nucleares, mas com o avanço da pesquisa isso será inevitável, diz ele. A dúvida a ser esclarecida é: será que a pesquisa na área também não sofrerá uma desaceleração quando as usinas atômicas pararem de funcionar?

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