PRODUTORES AMERICANOS ANALISAM VIABILIDADE DA SOJA NA AMAZÔNIA LEGAL
2001-08-02
Até o final deste mês, representantes da Associação Norte-Americana de Produtores de Soja virão ao Amazonas para estudar a viabilidade econômica e a estrutura tecnológica do Porto Graneleiro de Itacoatiara, construído na localidade de Guajarina, a 270 quilômetros de Manaus e responsável pela duplicação da oferta de soja brasileira no mercado mundial. Segundo o superintendente da Hermasa, Luiz Antônio Pagot, empresa que administra o complexo portuário, é possível que em cinco anos os americanos estejam produzindo soja em Rondônia e em Mato Grosso e usando o porto amazonense para atingir mercados consumidores internacionais. A informação foi divulgada ontem pela Agência de Comunicação Social do Governo (Agecom). Os empresários norte-americanos também querem observar o sistema de navegação do rio Madeira, que permite percorrer em 50 horas os 1.115 km entre Porto Velho (RO) a Itacoatiara (AM), enquanto no Mississipi (EUA), o mesmo tempo é gasto só para cruzar um desvio do principal rio norte-americano. Esta será a terceira vez que investidores norte-americanos vêm ao Amazonas avaliar as vantagens do complexo portuário construído pelo Grupo Maggi, em parceria com o Governo do Amazonas, para escoar a produção de soja cultivada em Mato Grosso. Em 1999 e no ano passado, um grupo de fazendeiros de soja, entre eles o grande produtor Tim Burrack, de Iowa (EUA), conheceu os equipamentos sofisticados do terminal e a carta náutica do rio Madeira, que permite o transporte de grãos em velocidade antes nunca alcançada. O crescimento das exportações brasileiras de soja e a redução das exportações norte-americanas chamaram a atenção do prestigioso jornal New York Times, que publicou matéria sobre a expansão das exportações de soja na América latina, destacando o papel exercido pelo porto de Itacoatiara no novo cenário desenhado no mercado mundial do grão. Segundo o jornal, a alteração do mercado mundial de soja é conseqüência das facilidades oferecidas por Itacoatiara. O novo quadro econômico, promissor para o Brasil, motivou oito dirigentes de empresas norte-americanas a vir ao Amazonas avaliar a infra-estrutura da Hermasa para decidir se investirão ou não em plantações de soja no Mato Grosso. A soja, produzida pelo Grupo Maggi na Chapada de Parecis (MT), viaja em caminhões pela BR-364 até Porto Velho, onde é embarcada em comboios de balsa até Itacoatiara. O Governo do Estado investiu cerca de U$ 1,3 milhão na parceria com o Grupo Maggi para fazer o balizamento do rio e evitar o risco de encalhes de embarcações durante a estiagem. A carta náutica eletrônica do Madeira, que apresenta levantamento hidrográfico, sinalização, balizamento visual por radar e dragagem dos pontos críticos, significaram a redução das apólices de seguro e o preço de frete em 20%.