As palavras lixo e resíduo estão perdendo o significado em muitas indústrias do Paraná. É cada vez maior o número de empresas que as têm substituído pelo termo insumo. Não se trata de um modismo. Mas sim de uma nova tendência gerencial que busca o aproveitamento de tudo o que sobra do processo produtivo. Os dejetos da produção, que antes eram descartados e muitas vezes geravam um problema ambiental, agora são reutilizados. Ganha a empresa, que economiza matéria-prima e energia e constrói uma imagem positiva perante a comunidade. Ganha o meio ambiente. A Masisa do Brasil, indústria de placas de madeira instalada em Ponta Grossa, decidiu não usar nenhuma árvore cortada.
Toda a matéria-prima utilizada na produção das placas vem daquilo que para outras empresas é lixo: serragem, cavacos de madeira e cascas e galhos de árvores desbastadas. O diretor industrial, Pablo Rossler, estima que o aproveitamento do material poupa o corte de 200 mil árvores por mês. Parte desses resíduos é queimada para gerar energia à empresa. Em Curitiba, a fábrica de caixas de papelão da Trombini recolhe e dá um destino ambientalmente correto até ao pó que sobra do corte do material. O pó – cerca de 20 sacos por dia – é doado para uma indústria de telhas de amianto (os restos do papelão entram na composição da cobertura residencial). Em União da Vitória, a indústria Pormade, fabricante de portas e acessórios, reaproveita os resíduos que gera. São cerca de 50 toneladas mensais de tocos de madeira que sobram do corte dos produtos.
(Gazeta do Povo, 29/09)