Tão logo o projeto do governo do Estado chegue ao Legislativo, a Comissão Especial de Habitação realizará nova audiência pública, com a presença dos representantes dos moradores das quatro ilhas e dos poderes públicos, para analisar a proposta. José Artigas de Souza Leão, representante da Ilha da Pintada, disse que a grande preocupação dos moradores é que depois de sete reuniões do grupo de trabalho, persiste a dúvida de quem ainda corre o risco de ter de sair das ilhas. Lembrou que até agora a proposta em discussão contempla 80% dos moradores, e os 20% restantes residem na área da Concepa, já com decisão judicial de reintegração de posse, ou habitam em áreas de risco. Adelino Falkenback, representante da Ilha Grande dos Marinheiros, disse que a revolta dos moradores se deve à discriminação com que são tratados pobres e ricos. — Aos pobres, que trabalham com as carroças, com reciclagem de lixo e pesca tudo é proibido, mas os marajás que têm mansões no lado sul da ilha podem tudo, queixou-se. Robinson Padilha, da Concepa, assegurou que, apesar da decisão judicial de reintegração de posse da área, a empresa quer compor uma solução com o poder público que não prejudique os moradores em situação irregular. A área ocupada é local de risco por ficar próxima à BR-290.