Um mês depois de sua aparição em Honduras, o mistério continua envolvendo uma suposta guerrilha em defesa das florestas do departamento de Olancho, no nordeste do país, qualificada por ecologistas como uma tentativa de desacreditar sua luta. O padre católico Andrés Tamayo assegurou que o Movimento Ambientalista de Olancho (MAO), que lidera, não tem ligação alguma com o grupo irregular, que qualificou de armação. No dia 28 de julho, a imprensa hondurenha publicou uma entrevista com um encapuzado comandante Pepe, que disse representar defensores do meio ambiente decididos a passar à ação, cansados de esperar as respostas do governo. O entrevistado se referia à até agora infrutífera campanha pacífica de camponeses e ecologistas contra o corte de árvores que está acabando com as florestas de Olancho. Com um fuzil AK-47 nas mãos, o porta-voz da denominada ecoguerrilha - que nesta primeira etapa optou pelo silêncio total, em todos os sentidos - afirmou que os olanchanos são um único grupo (...) um único bloco. O governo afirma que não vai tolerar grupos armados e que controlará qualquer foco de violência em Olancho. Nos anos 80, quando várias guerras civis sacudiram a América Central, Honduras tinha cinco grupos guerrilheiros de esquerda. Mas apenas dois (os Cinchoneros e as Forças Populares de Libertação Lorenzo Zelaya) ganharam alguma notoriedade, com ações esporádicas. ( Ciência Global, 05/09)