PERITOS CONSIDERAM COMPLEXA A TRANSPOSIÇÃO DO SÃO FRANCISCO
2001-08-01
As audiências públicas que visam à análise do relatório de impacto ambiental do projeto de transposição do Rio São Francisco foram marcadas por uma sucessão de liminares e pancadarias no final de semana passada. Sem a realização das audiências, o Ibama não pode autorizar a obra. Em Salvador, Juazeiro (CE) e Petrolina (PE), as reuniões foram canceladas por decisões judiciais. Em Aracaju, os funcionários do Ibama tiveram que sair escoltados por agentes da Polícia Federal depois de serem ameaçados de agressão. Em Belo Horizonte, a reunião foi interrompida por protestos de ambientalistas. O relatório foi preparado pelo consórcio internacional Jaakko Poyry-Tahal e custou R$ 2,789 milhões. O estudo é favorável à obra, embora note que ela poderia alterar significativamente o ambiente da região e reduzir a geração de energia da Chesf (Centrais Elétricas do São Francisco). Contratados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) a pedido do Ministério da Integração Nacional, engenheiros da Funcat e da Engecorps passaram um ano e meio estudando, separadamente, as diretrizes técnicas de três dos seis trechos da transposição. Concluíram que, embora complexa, a engenharia da obra é viável. Se fosse construída, a transposição levaria água por uma sucessão de 591 quilômetros de canais, dois aquedutos de 20 quilômetros, 12 túneis com 22 quilômetros e 25 reservatórios. Seriam necessárias bombas de alta potência para elevar a água e superar alturas de mais de 300 metros em alguns trechos.