Ao longo de três anos, 450 famílias tiveram a mesma idéia: morar dentro de uma reserva tropical, bonita por natureza. A concretização desse sonho resultou numa ameaça ao Jardim Botânico do Rio de Janeiro e a suas imediações. Em 2000, existiam 150 casas dentro da área do jardim. Hoje, a estimativa da Sociedade dos Amigos do Jardim Botânico é de que esse número tenha aumentado para cerca de 600, numa espécie de favelização da área, que também é ocupada por pessoas de classe média. A crescente invasão da área protegida preocupa moradores e visitantes, além de representar uma fonte a mais de poluição para a Lagoa Rodrigo de Freitas, já que o esgoto dessas residências ilegalmente privilegiadas pelas riquezas naturais é, em geral, despejado no Rio dos Macacos e desemboca na lagoa. Inicialmente habitadas por funcionários do Jardim Botânico e depois por seus herdeiros, as residências se multiplicam pela encosta da mata. (JB, 01/09)