FITOSSOCIOLOGIA E REGENERAÇÃO NATURAL DE UM FRAGMENTO DE FLORESTA OMBRÓFILA MISTA EXPOSTO A PERTURBAÇÕES ANTRÓPICAS
2003-08-28
RESUMO: Um estudo da estrutura fitossociológica e da regeneração natural de espécies arbóreas foi realizado num fragmento de Floresta Ombrófila Mista, no município de Vacaria, Rio Grande do Sul. Foi selecionado um fragmento florestal sujeito a perturbações antrópicas, principalmente à ação do pastoreio de gado, o que representa a situação da maioria dos fragmentos florestais da região. Na levantamento fitossociológico foi empregado o método das parcelas amostrais, distribuídas no interior do fragmento florestal. Foram estimados os parâmetros fitossociológicos convencionais de densidade, freqüência e dominância, em valores absolutos e relativos, e índice de valor de importância, para os componentes arbóreo adulto (DAP³10cm), juvenil 1 (DAP<10cm e altura³2m) e juvenil 2 (altura³0,5m e <2m). Estimou-se a regeneração natural nos três componentes inferiores (juvenil 1, juvenil 2 e plântulas) e a taxa de regeneração no componente das plântulas. Como resultado geral, Lauraceae e Myrtaceae apresentaram os maiores índices de valor de importância e de regeneração. Nectandra megapotamica Mez. foi a espécie dominante nos componentes adulto e juvenil 1. No componente juvenil 2, Eugenia uniflora L. e Eugenia uruguayensis Camb. apresentaram os maiores índices de valor de importância. O inverno marcou uma redução no banco de plântulas, o que foi atribuído à ação do pisoteio/pastejo do gado. Todas espécies registradas no componente das plântulas têm matrizes no próprio fragmento, seja no interior ou na borda da floresta. A composição do fragmento florestal difere das descrições para Floresta Ombrófila Mista madura, sobretudo pela ausência das espécies típicas de estádios mais desenvolvidos. Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze, com porte arbóreo, é rara no interior da floresta. Pelo que se constatou no presente estudo, as perturbações de origem antrópica vêm alterando o modelo de sucessão natural.
Instituição: Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos-RS).
Autor: Julian Mauhs.
Contato: Centro de Ciências Biológicas (51) 591-1122.