CIDADES SOFREM COM A FALTA DE SANEAMENTO
2003-08-27
Os números a respeito do saneamento divulgados no dia 25 pelo jornal Folha de São Paulo espantam: 3,4 milhões de domicílios não têm abastecimento de água potável, e 9,6 milhões não dispõem de rede de esgoto nem de fossas sépticas. Desnecessário dizer que as vítimas de tamanha precariedade são os mais pobres. O problema é gravíssimo e vem se alongando há anos, numa situação comparável à do setor de energia elétrica, cujo abandono acabou por se materializar no lamentável e custoso apagão de 2001. Para ter uma idéia da dimensão do desafio, estudo encomendado pelo Ministério das Cidades estima em R$ 178 bilhões os investimentos necessários para resolver as carências da área nos próximos dois decênios. As perspectivas revelam-se mais sombrias quando se sabe que dificilmente haverá maior interesse da iniciativa privada. Ainda que ela venha a participar dos investimentos, será inevitável que o poder público assuma sua responsabilidade de destinar recursos para o saneamento. (FSP/A2, 26/08)