A questão das mudanças climáticas fez surgir no mundo um novo mercado, o de créditos de carbono, que pode gerar, em uma só tacada, oportunidades de ganho ambiental, social, econômico e institucional em países emergentes. O que se discute hoje é se o País saberá aproveitar a chance. Com base em modelos matemáticos, o Point Carbon, um dos principais centros de estudos sobre o tema, estima que só o mercado anual de carbono da União Européia cresça de 1 bilhão de euros em 2005 para 7,4 bilhões de euros em 2007, sem contar o americano, o canadense e o japonês. Essa dinheirama não significa que o mercado de carbono possa se traduzir em rios de dinheiro para o Brasil. Os projetos são arriscados, precisam ter escala e sua implantação e manutenção são dispendiosas. São os países desenvolvidos, na condição de compradores dos créditos, que ditam os preços e a maior discussão hoje centra-se nesse ponto: US$ 5 pela tonelada de carbono equivalente – preço médio praticado hoje. (Carta Capital/46, 25/08)