DIVERSIDADE E ESTABILIDADE DO FITOPLÂNCTON EM UMA LAGOA ASSOCIADA A UMA PLANÍCIE DE INUNDAÇÃO DO RIO DOS SINOS, RS
2003-08-20
RESUMO: Este trabalho teve como objetivos conhecer a composição do fitoplâncton e analisar a influência da variação hidrológica (inundação) na diversidade e estabilidade desta comunidade, em uma lagoa associada a uma planície de inundação do rio dos Sinos, ao longo de um ciclo anual (2000-2001). A área de estudo localiza-se no município de Novo Hamburgo (Lomba Grande), no estado do Rio Grande do Sul. O estudo baseou-se em 15 amostragens efetuadas ao longo de 12 meses, entre julho de 2000 a junho de 2001. Em cada amostragem, seis amostras para análise qualitativa e quantitativa do fitoplâncton foram coletadas. O fitoplâncton constituiu-se de 73 gêneros, distribuídos entre as divisões Bacillariophyta, Chlorophyta, Chrysophyta, Cryptophyta, Cyanophyta, Dinophyta e Euglenohyta. Euglena, Trachelomonas e Pinnularia foram os gêneros de ocorrência constante. Cerca de 61,64% dos gêneros encontrados possuem hábito planctônico; 32,87% hábito metafítico e epifítico e 5,47%, hábito bentônico. A riqueza do fitoplâncton variou ao longo do período estudado. A menor riqueza (dois gêneros) coincidiu com a inundação no início do ciclo anual (12/jul). Entretanto, pôde-se observar a resiliência desta comunidade em apenas 15 dias (teste t, p= 0,001). Duas cheias (25/set, 38 dias e 28/abr, 19 dias) diminuíram a riqueza do fitoplâncton, e as perdas chegaram a perfazer 76,31% e 66,41%, respectivamente. O número de indivíduos declinou após as quatro inundações. As três cheias diminuíram a abundância de algas fitoplanctônicas, não existindo correlação entre intensidade de cheia e variação de número de indivíduos encontrados (Pearson, p= 0,515). A comunidade fitoplanctônica da lagoa da planície de inundação estudada demonstrou baixa resistência e alta resiliência as inundações. Estes resultados expressam, em um tempo ecológico, a estabilidade do fitoplâncton frente às inundações em regiões subtropicais e evidencia que as inundações são agentes importantes na dinâmica de sucessão desta comunidade.
Instituição: Universidade do Vale do Rio dos Sinos- Unisinos –RS.
Autor: Iula Roberta Ávila.
Contato: Centro de Ciências Biológicas. (51) 591-11-22.