PRESENÇA DA MÍDIA EM ACIDENTES QUÍMICOS ASSUSTA, DIZ CONSULTOR
2003-08-13
O consultor da Organização Panamericana de Saúde, engenheiro químico, Rubens César Perez, afirmou ontem, durante o 3° Seminário Acidentes Químicos e Atuação da Mídia, que a presença da mídia em situações de emergências, assusta. — Muitas vezes em situações com possibilidade de explosão ou danos ao ambiente, a presença da mídia nos apavora, disse. Perez falou sobre os procedimentos adotados pelas empresas e órgãos ambientais nos atendimentos à emergências ambientais com a presença da imprensa. Essas emergências, segundo ele, implicam em grandes riscos, geram confusão porque, em muitos casos, envolvem muitos órgãos diferentes. — O difícil não é controlar o evento e sim, controlar as pessoas. Como decisão crítica, Perez exemplificou:— O produto químico muda a prioridade do jogo. Pode acontecer de ter uma vida sacrificada para salvar trezentas, exemplifica. Em um acidente os técnicos têm a expectativa de encontrar cerca de 1,5 milhão de substâncias diferentes. Dessas, cerca de 33 mil a 63 mil são consideradas perigosas. — Dos cerca de 48 mil produtos químicos industriais, apenas 10% têm informações suficientes, analisa. A produção da indústria química no Brasil passou de um milhão de tonelada/ano (1930) para 400 milhões em 1999, com projeção de um aumento de 85% até 2020.