SISTEMA DE SAÚDE DEPENDE DO MEIO AMBIENTE, DIZ MÉDICA
2003-08-07
Saúde e meio ambiente, apesar de suas evidentes ligações, seguem separados nas políticas públicas do Brasil, queixa-se um grupo de médicos, pesquisadores e ambientalistas que buscam consumar o matrimônio entre as duas áreas. A necessidade mais urgente, para a qual convergem as preocupações sanitárias e ambientais, é o saneamento básico, destacou o deputado federal e ambientalista Fernando Gabeira (PT). A escassez e contaminação da água provocam grande mortalidade entre os pobres, especialmente na infância, e disseminam epidemias. Especialistas em saneamento estimam que cada dólar investido nesse setor permite economizar cinco em assistência médica. A ecologia pode contribuir para que a medicina supere uma visão fragmentada que ignora o conjunto dos aspectos da saúde, afirmou Gabeira. Os alimentos, que prejudicam a saúde por sua contaminação e não só pela escassez, são outra questão que aproxima os dois lados, acrescentou. A poluição atmosférica das grandes cidades também é conhecida como causa de várias doenças, especialmente as respiratórias, que aumentam a mortalidade, sobretudo entre crianças e idosos. Segundo a médica, Lia Giraldo, falta ao sistema aprofundar a promoção da saúde, integrar-se com outras políticas, inclusive a ambiental. A médica participa de um grupo de trabalho que apresentou, no congresso realizado em Brasília, idéias para um Plano Diretor de Saúde e Meio Ambiente que será proposto ao governo. (Ambiente Global, 06/08)