CARANGUEJO / TABAIARES: AUTOGESTÃO E QUALIDADE DE VIDA
2003-07-30
RESUMO: O Recife, como outras capitais brasileiras, apresenta contrastes que se evidenciam no espaço urbano, convivendo lado a lado, a cidade formal e a cidade informal. Ou ainda, a cidade visível, legível e, portanto capaz de submeter-se a normas e, outra invisível, escondida, ilegal, contudo, mais volumosa que a primeira e onde a desordem e a irracionalidade dificultam a disciplina e a aplicação de normas e parâmetros. Essas ocupações irregulares, onde vive 1/3 da população do Recife, localizam-se nos morros e em áreas alagadas: margens de mangues e de rios. Nas margens do Capibaribe, principal rio que corta a cidade registra-se a existência de aproximadamente vinte e duas ocupações de baixa renda. Dentre estas, onze foram reconhecidas pelo Poder Público Municipal como Zonas Especiais de Interesse Social – ZEIS, isto é, trata-se de assentamentos consolidáveis, quanto aos demais são passíveis de remoção. Numa destas ZEIS, denominada Caranguejo/ Tabaiares, observa-se um elevado índice de poluição na margem do rio, composto de dejetos oriundos dos esgotos residenciais e materiais recicláveis que são lançados no mangue, pela própria população. A partir desta problemática, grupos organizados da comunidade elaboraram o Projeto Lixo e Qualidade de Vida, visando a sensibilização da população para mudanças de atitudes, com relação ao meio ambiente.
Autores: Zélia Corrêa de Araújo e Verônica Freire.