BIÓLOGOS AVALIAM DESTRUIÇÃO DE RESTINGAS NO RJ
2003-07-25
Durante cinco meses, 20 biólogos percorreram 1.600 quilômetros do litoral brasileiro, do sul do Rio de Janeiro ao sul da Bahia. Examinaram plantas e animais que vivem em meio à restinga, uma vegetação baixa e úmida que cresce sobre a areia, entre o mar e a montanha. Encontraram 12 espécies de animais que habitam exclusivamente esse ambiente, como a perereca Xenohyla truncata, de 3 centímetros de comprimento, que se esconde no interior das bromélias. Mas, à medida que prosseguiam, enfrentando os brejos e a chuva contínua, os pesquisadores sentiam que a satisfação pelas descobertas se transformava em desalento, ao constatarem o desaparecimento gradual desse ambiente. Condomínios de luxo e favelas avançam sobre as restingas, também usadas como depósito ilegal de lixo e fonte clandestina de areia para a construção civil. Onde ainda é paradisíaca, a restinga sofre com o turismo desordenado e abertura de estacionamentos e trilhas. — A restinga com pior nível de conservação é a do rio do Prado, na Bahia, com 20 pontos, revela Carlos Frederico Duarte da Rocha, um dos responsáveis pela pesquisa. Em situação igualmente crítica encontram-se duas restingas do Rio, as de Grumari e Grussaí, ambas com 15 pontos, seguidas de perto pelas de Setiba, no Espírito Santo, e Massambaba, também no Rio, com 12 pontos cada uma. (Pesquisa Fapesp Online, julho)