RESTAM APENAS 2,4% DA VEGETAÇÃO NATURAL DO TRIÂNGULO MINEIRO
2003-07-04
O Triângulo Mineiro começa a pagar caro pelo seu desenvolvimento econômico acelerado das últimas décadas. A derrubada desmedida da vegetação natural, intensificada nos anos 60 pelos programas federais de expansão das fronteiras agrícolas, provocou falta de água nas lavouras e nas áreas urbanas de Uberaba, Araguari e Ituiutaba. Da vegetação natural, o Cerrado, que cobria metade de Minas Gerais, resta apenas 2,4%, dez vezes menos que o exigido por lei, de acordo com um levantamento coordenado pelo geógrafo Samuel do Carmo Lima, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Nos 54 mil km² de uma das mais ricas regiões de Minas, predominam pastagens e monótonas plantações de soja, milho e cana-de-açúcar. Em algumas das outras dez regiões analisadas, o Cerrado praticamente desapareceu. No Vale do rio Jequitinhonha, a região mais pobre de Minas, resta 0,09% dessa vegetação, e na região metropolitana de Belo Horizonte, 0,77%. Em todo o Estado, os remanescentes de Cerrado não passam de um décimo do que já existiu. (Pesquisa Fapesp, junho 2003)