ESTUDO LEVANTA DÚVIDAS SOBRE CONSTRUÇÃO DO RODOANEL MÁRIO COVAS
2003-07-01
Desde que o projeto Rodoanel Mário Covas, em São Paulo, veio a público, movimentos da sociedade civil começaram a questionar seus impactos ambientais. Em 2001, o primeiro lote (trecho oeste), gerou investigação sobre irregularidades no processo de concorrência e na assinatura do contrato. Em 2002, houve suspeita de superavaliação dos terrenos desapropriados para as obras do trecho oeste. A polêmica envolve um relatório produzido pelo corpo técnico da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). O estudo alerta para o agravamento com o Rodoanel dos problemas de abastecimento de água, o encarecimento no processo de tratamento de água dado o aumento da poluição, os maiores riscos de enchentes nas cidades, por causa da menor proteção das cabeceiras com o desmatamento, a falta de preservação das várzeas e a indução à ocupação humana em áreas de mananciais. Também analisa os traçados propostos pela empreendedora Desenvolvimento Rodoviário S.A . (Dersa) e propõe mudanças no trajeto do anel, de forma a desviá-lo de locais que possam comprometer a vegetação e os mananciais. O estudo ainda levanta uma série de dúvidas em relação aos critérios usados para a escolha do traçado da rodovia. Questiona a qualidade técnica do EIA-Rima e a eficiência das medidas propostas para mitigar e compensar os danos causados pela obra, tanto em fase de execução como na de operação. (Carta Capital/30, 30/06)