SEMINÁRIO DEBATE SITUAÇÃO DA AMAZÔNIA
2003-06-30
A pressão sobre a floresta na Amazônia poderia ser reduzida significativamente se a população rural carente da região, que detém entre 40% e 50% desses recursos florestais, tivessem acesso a condições técnicas e financeiras. Esses povos, que respondem por uma parte expressiva dos 25 mil KM² que foram desmatados entre agosto de 2001 e agosto de 2002, de acordo com projeção do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), poderiam receber um fluxo permanente de renda da indústria madeireira e oferecer, em troca, uma fonte sustentável de madeira. Esse foi um dos importantes focos de discussão, na sexta-feira(27), em Belém, durante o seminário Por um programa nacional de florestas social e participativo, promovido pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam). Um trabalho divulgado pelo instituto sobre as chamadas florestas familiares propõe um pacto sócio-ambiental entre a indústria madeireira e a agricultura familiar na Amazônia. Nele os pesquisadores afirmam que, para alcançar o objetivo proposto, é preciso concentrar os esforços governamentais e não governamentais nas relações entre as populações rurais pobres e as empresas madeireiras. A certificação florestal também é apontada como alternativa para a adoção de sistemas de produção sustentáveis. A certificação, além de assegurar mercados alternativos à produção familiar, dizem os pesquisadores, também pode atuar como um incentivo para a conservação das florestas por parte das populações rurais carentes. (GM/A10)