WWF PEDE URGÊNCIA NAS MEDIDAS PARA CONTER O DESMATAMENTO
2003-06-27
O WWF-Brasil considera alarmente o novo índice de desmatamento da Floresta Amazônica divulgado ontem (26) pelo governo federal, com base no levantamento de imagens de satélite
realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE (25.500 km2 de florestas desapareceram na Amazônia no ano de julho de 2001 a junho de 2002) e considera que só a implementação urgente de medidas já anunciadas poderá reverter essa tendência e garantir um desenvolvimento sustentável para a região. Segundo Rosa Lemos de Sá, doutora em Ecologia e superintendente de conservação do WWF-Brasil, é preciso priorizar a implementação de
políticas públicas para frear a conversão da Floresta Amazônica em áreas de ocupação desordenada e exploração econômica temporária que, após um curto período, são abandonadas deixando para trás o desemprego, a pobreza e a urbanização sem saneamento e com má qualidade de vida para a população. As medidas recomendadas pelo WWF são as seguintes:
1. Completar o Zoneamento Ecológico Econômico nos estados da Amazônia, pois só o planejamento do uso do território poderá impedir que a ocupação e a expansão da atividade econômica aconteçam de forma ordenada e com base em critérios técnicos e científicos que levem em conta as características biogeográficas, a biodiversidade, a potencialidade econômica e a cultura da região. 2. Adotar um programa de agricultura sustentável em terras já desmatadas ou degradadas (principalmente pelo cultivo extensivo da soja). 3. Apressar a criação e implementação de parques e reservas sob proteção federal ou estadual (unidades de conservação), de forma a criar uma barreira junto ao arco do desmatamento, evitando que o mesmo se amplie. Isso é o que está previsto no Programa Áreas Protegidas da Amazônia - ARPA, realizado pelo Ministério do Meio Ambiente em parceria com o WWF-Brasil. 4.Criar florestas nacionais para a produção sustentável de madeira e de outros recursos florestais, no
regime de licitação pública por um prazo adequado e conforme os padrões de certificação do FSC 5. Incentivar a legalidade e sustentabilidade do setor florestal por meio de incentivos, financiamentos e reduções de alíquotas equivalentes aos destinados à atividade agropecuária e da promoção de uma economia de base florestal na Amazônia.