Nos vinte anos do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), já foram contabilizadas cerca de 1 milhão de pessoas atingidas pela construção de hidrelétricas em todo o país. A informação é de Pedro Melchiors, da direção do MAB, um dos palestrantes do Seminário de Avaliação de Impactos Ambientais Decorrentes da Implantação de Barragens, realizado na terça-feira na capital gaúcha. Nesse tempo, segundo dados da Universidade de São Paulo (USP), o movimento identificou mais de 2 mil barragens. Melchiors projetou para os próximos anos a construção de 600 barragens no Brasil. Só na Região Sul são 165 projetos de barragens. — O pior é que as pequenas usinas (menos de 30MW) não precisam de EIA-Rima, alerta. As principais reivindicações do MAB são o descaso do setor elétrico com a população atingida e a pouca eficiência das políticas compensatórias (indenizações e relocações). Segundo ele, as indenizaçõesa atingem em média R$ 1mil por proprietário, não contemplando arrendatários, pescadores e agricultores. — Essas baixas indenizações reforçam a criminalidade nos centros urbanos, uma vez que provoca uma migração forçada, diz.