EXPLORAÇÃO SUSTENTÁVEL DOS SERINGAIS NO ACRE
2003-06-17
Com 90% do território coberto por florestas e apenas 22 municípios, o estado do Acre abriga 60 mil adultos analfabetos, o que corresponde a 17% da população maior de 14 anos, tem sua história recente marcada pela ação de ambientalistas como Marina Silva e o governador Jorge Viana. Lá, o uso sustentável das matas nativas é um conceito tão praticado que o termo florestania virou uma espécie de versão acreana para cidadania. Ao contrário dos grandes seringais existentes em outras partes do Brasil e do mundo, nos quais as árvores se enfileiram lado a lado, no Acre as seringueiras encontram-se espalhadas no meio do mato. Para extrair a borracha, o seringueiro tem de fazer semanalmente um percurso de quilômetros, de uma árvore a outra, respeitando os limites de sua colocação, como é chamada a gleba que cabe a cada um. Antes em estado de semi-abandono, os seringais mudaram depois que a empresa italiana Pirelli atendeu à demanda de Marina Silva. - Hoje é quase impossível encontrar uma colocação abandonada, diz Raimundo Tavares de Lemo, da Cooperativa Agroextrativista da cidade de Xapuri. Ao mesmo tempo, as invasões de terreno em Rio Branco, antes frequentes, praticamente acabaram. É êxodo rural ao contrário. A exploração racional da floresta está virando um bom negócio. (Isto é, 16/06)