DESPEJO DE LIXO TÓXICO NO TIETÊ ENGROSSA LISTA DE CONTAMINAÇÕES
2003-06-03
As tilápias agonizam na poluída lagoa de Carapicuíba, que será aterrada com parte da lama e do lixo removidos do leito do rio Tietê. Desde abril do ano passado, rumam para a lagoa de Carapicuíba os 200 caminhões contratados para despejar os seis milhões de m³ de lodo e lixo que se prevê retirar do fundo do rio. O projeto, de R$ 688,3 milhões, é mais uma promessa para amainar o drama das enchentes que atravancam o caótico trânsito paulista e infernizam a vida de quem sofre o drama das inundações. No projeto original, o local seria aterrado com o lixo da calha do Tietê e viraria uma das únicas áreas de lazer da região. Há seis meses, a ONG Movimento Grito das Águas faz jus a seu nome ao denunciar a presença de material tóxico e exigir a paralisação da obra até que se apurem os riscos à saúde da população. O argumento é que ali não há apenas sujeira inofensiva. Ao longo de três décadas, as águas fétidas do Tietê também serviram de depósito para as indústrias despejarem o rejeito de suas usinas. Da montanha retirada do leito na atual obra de rebaixamento, porém, só 235 mil m³ nem míseros 8% do total, foram destinados a aterros especiais para eliminar os poluentes. (Isto é Online, 02/06)