DESPERDÍCIO DE CRÉDITO DE CARBONO
2003-05-23
As negociações mundiais envolvendo créditos de carbono têm relegado a um segundo plano os projetos apresentados pelas usinas brasileiras de açúcar e álcool. Cerca de 30 empresas sucroalcooleiras do país pré-certificadas não conseguem avançar nesse nicho por serem consideradas imaturas. E a falta de organização do setor, aliada a programas de sustentabilidade pouco convincentes, provocam forte deságio de preços nas negociações em curso, segundo especialistas ouvidos pelo Valor. As próprias usinas brasileiras admitem que ainda encaram a negociação de créditos de carbono apenas como uma fonte extra de renda; mesmo assim, não investem como deveriam para multiplicar esses ganhos. A exceção é a usina Catanduva, do grupo Virgolino de Oliveira, que faz parte de um grupo de 18 companhias selecionadas por um fundo holandês que seguem à risca os critérios estabelecidos pelo governo da Holanda. As indefinições sobre a regulamentação brasileira para a negociação desses créditos também afugentam investidores, diz uma fonte de um fundo internacional. (Valor Online, 22/05)