PESQUISADORES COMENTAM DECISÃO DO IBAMA
2003-05-20
-Não era o que nós queríamos-, afirmou à Folha a bióloga Gláucia Moreira Drummond, da Fundação Biodiversitas. -O que seria um avanço em relação a 1989 acabou não acontecendo.- O coordenador geral da lista de peixes, Ricardo Rosa, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), se disse frustrado com a decisão do ministério. Segundo Rosa, o critério econômico é insuficiente para justificar a exclusão dos peixes da primeira versão da lista. -Menos de 5% das espécies listadas têm importância econômica-, afirmou. Peixes que são importantes para a pesca artesanal ou comercial, como pirarucu e sardinha brasileira, foram excluídos pelos próprios cientistas. De acordo com a pesquisadora Fosca Pedini Pereira Leite, que participou da lista de crustáceos, a falta de informações detalhadas sobre os invertebrados marinhos provocou dúvidas sobre sua inclusão -questões que devem ser respondidas em um novo estudo conduzido por cientistas que participaram do projeto e o Ibama. Segundo Capobianco, a decisão do MMA de postergar a lista dos aquáticos tem dupla motivação. Primeiro, a publicação de uma lista integrada traria uma idéia equivocada de que [o número de ameaçados] aumentaria três vezes em relação à anterior. Depois, um problema de legislação: os peixes não são considerados parte da fauna, mas recursos econômicos, sujeitos à recém-criada Secretaria Nacional da Pesca. (Folha Online/ Ciência)