- Países como México, Chile, Argentina e Brasil implantaram mecanismos inovadores e criativos na gestão das águas, produzindo novos cenários e alternativas adequadas para uma gestão integrada, participativa, preditiva e descentralizada, afirma José Galizia Tundisi, especialista em recursos hídricos e autor do livro Água no Século XXI: Enfrentando a Escassez. Estados como São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Ceará, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Mato Grosso do Sul já montaram seus sistemas participativos de gerenciamento dos recursos hídricos em bacias hidrográficas. Uma antiga experiência nessa direção, da área de Campinas(SP), levou os usuários de água das bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí a criar um consórcio intermunicipal para administrar o recurso. O grupo administra um projeto piloto de cobrança voluntária pela água, que recolhe R$ 0,01 por metro cúbico captado dos colaboradores. Os recursos chegam a cerca de R$ 1 milhão anuais, financiam a recomposição de matas ciliares, programas de educação ambiental e ajudam a desenvolver tecnologia de gestão de recursos hídricos. Hoje, o estado de São Paulo tem 22 bacias hidrográficas, cada uma com o comitê correspondente instalado. O Ceará, o primeiro estado brasileiro a implantar a cobrança pelo uso da água, também mantém uma gestão por bacia hidrográfica. São 11, com área de 151,2 mil quilômetros quadrados, volume de 10,5 bilhões de metros cúbicos de água e 188 açudes. (GM/A11)