Para boa parte da população que vive ao redor de grandes cidades o custo de acesso à água é outro fator de segregação social. Em muitos casos, a água só está disponível em carros-pipa. Segundo José Galizia Tundisi, presidente do Instituto Internacional de Ecologia (IIE), de São Carlos (SP), moradores de áreas não atendidas por redes de abastecimento gastam cerca de 15% do salário para ter água. Um morador atendido pela empresa de saneamento paga em geral 1% do salário. No Brasil, 33% das famílias com renda entre 0 e 1 salário mínimo não recebem água da rede de distribuição e 59% não têm rede para coleta e afastamento de esgotos. Nas famílias com renda superior a dez salários mínimos, apenas 1% dos domicílios não têm água encanada e apenas 9% não têm ligação à rede de esgoto ou fossa séptica. (GM/A11)