No livro de José Galizia Tundisi, presidente do Instituto Internacional de Ecologia (IIE), de São Carlos (SP), Água no século XXI: enfrentando desafios, descobre-se que 34 mil pessoas morrem diariamente no mundo por doenças relacionadas com a água e que 65% das internações hospitalares no Brasil relacionam-se a doenças de veiculação hídrica. No País, segundo as informações recolhidas pelo pesquisador, as perdas de águas na distribuição variam de 30 a 65% do que é captado nos rios. E no mundo, o abastecimento e saneamento adequados poderiam reduzir em 50% a mortalidade infantil. A falta de mananciais limpos próximos aos centros de consumo encarece muito o custo de distribuição. Se a opção for captar água poluída para distribuição pública, os custos de tratamento são elevadíssimos e se for a de trazer água dos mananciais mais distantes, porém limpos, o custo de transporte é que pesa no preço final. Planilhas das empresas de saneamento brasileiras indicam que o custo médio de tratamento de uma água de boa qualidade pode variar de R$ 0,50 a R$ 0,80 por metro cúbico. Os valores sobem exponencialmente quando a água para distribuição está contaminada com produtos químicos, tenha tido decomposição de biomassa, esteja com toxicidade por crescimento de algas venenosas e liberação de toxinas. Nesse caso, o custo de tratamento pode atingir entre R$ 35 a R$ 40 para cada mil litros de água. (GM/A11)