Apesar de o Brasil deter o índice de maior produção hídrica de água doce e disponível do planeta, 12% do total mundial (cerca de 1,48 milhões de metros cúbicos por segundo), o ato de beber água potável no País é um privilégio cada vez maior. - O governo brasileiro deveria lançar um programa Sede Zero, diz José Galizia Tundisi, presidente do Instituto Internacional de Ecologia (IIE), de São Carlos (SP). O cientista lança hoje(15) em São Paulo uma obra dedicada ao público interessado: Água no Século XXI: Enfrentando a Escassez. Nela o pesquisador traça panorama atual sobre os desafios mundiais e do Brasil para manejar os recursos hídricos. O livro indica haver a contribuição de outras partes do Sistema Solar ao incremento de água em nosso planeta. Pequenos cometas formados de neve, com massa de 20 a 40 toneladas, podem atingir a Terra. Estas bolas de neve, vaporizadas ao entrar em contato com a atmosfera, podem acrescentar algo como três trilhões de toneladas de água ao planeta a cada 10.000 anos. Até pouco tempo, achava-se que a Terra tinha um ciclo fechado de água. Nada entrava, nada saía, mas se a ciência tem provado que o suprimento continua, também se está ainda muito distante de um equilíbrio entre oferta e demanda. O Brasil é privilegiado, com 48.314 m³/habitante de água disponível e o primeiro da lista é a Guiana Francesa, com 812.121 m³/habitante. (GM/A11)