Angra III começou a sair do papel no meio do ano passado, quando a empreiteira Andrade Gutierrez se espalhou pelo governo com objetivo de tirar a obra do papel. A empreiteira havia vencido a concorrência em 1983, mas por falta de dinheiro a obra nunca começou. Enquanto executivos da empreiteira conseguiram que a direção da Eletronuclear colocasse o projeto em pauta, o ex-deputado Márcio Fontes, secretário-geral do PSDB, foi acionado para convencer o governo FHC tocá-lo adiante. Nesse momento, a Camargo Corrêa alegou a necessidade de nova concorrência. A construção de Angra III foi efetivamente parar nas mãos do Conselho de Política Energética e deixada para o próximo governo (no caso, o Lula). Neste ano, a Andrade renegociou o novo contrato com a Eletronuclear, chegando ao valor de R$689 milhões, com prazo de cinco anos para conclusão das obras. (Época/40, 13/05)