No artigo A dolarização da madeira, publicado em 24 de abril na Gazeta Mercantil, o engenheiro Osvaldo Martins Rizzo alerta para a escassez da oferta de madeira, reclamando da alta de preços na área de construção civil e do risco de dolarização do preço dessa matéria-prima, com reflexos prejudiciais para toda a economia brasileira. Fazendeiros argentinos e uruguaios há anos vêm reflorestando grandes áreas próximas à fronteira brasileira, visando aumentar a exportação de madeira para cá, quando se agravar o déficit da oferta doméstica, diz o artigo. A atividade de reflorestamento teve sua expansão limitada pela falta de fontes de financiamentos suficientes, após a extinção do Fundo de Incentivo Setorial (Fiset), há 15 anos. Os investimentos em reflorestamento ficaram praticamente restritos às indústrias de papel e celulose, siderúrgica e de painéis de madeira. Assim, a crença na infalível doutrina de que o governo não deve interferir no mercado, que serve de justificativa para a postura governamental pró-mercado, colocou o Brasil - que tem excelentes condições de solo e clima favorável à sua produção - na desconfortável situação de vir a ter de gastar uma parte de suas parcas divisas com a importação dessa mercadoria primária. (Informativo SBS, 30/04)