AVANÇO DA SOJA DESMATA NORTE GAÚCHO
2003-04-28
Os fragmentos de verde que intercalam as plantações nas coxilhas da metade norte do Estado correm o risco de ficar cada vez mais isolados. A corrida para lucrar com as lavouras de soja, hipervalorizadas nas duas safras mais recentes, tombou milhares de araucárias e extinguiu centenas de hectares de matas e banhados na região produtora de grãos. Não há cálculos oficiais das agressões recentes, feitas durante a brecha de tempo entre o mapeamento realizado no Inventário Florestal Contínuo do Estado, em 2000, e o próximo levantamento, previsto para começar em 2004. Os fatos registrados pelas companhias ambientais, porém, são suficientes para despertar o sinal de alerta. Em 2001, apenas nos 11 municípios da região de Lagoa Vermelha, no Nordeste, a Brigada Militar flagrou em média 3,8 hectares devastados por mês. O número pulou para 9,65 hectares no ano passado. Só em janeiro e fevereiro de 2003, o ritmo da abertura de novas lavouras chega a 15,4 hectares mensais. – O problema é ainda mais grave nas nascentes drenadas para o plantio de soja. O produtor não sente agora, mas no futuro, faltará umidade na própria lavoura - preocupa-se o comandante da 2ª Companhia Ambiental, em Santa Maria, major Ademar Grasel. (ZH/32, 27/04)