CUIABÁ-SANTARÉM FAVORECE MULTINACIONAL
2003-04-24
Junto com o Ipam (Instituto de Pesquisas Ambientais da Amazônia), de Belém (PA), o ISA estudou a implementação de grandes projetos em áreas densamente florestadas e concluiu que, mesmo sem a abertura de novas estradas, o asfaltamento de antigas rodovias pode trazer grandes prejuízos ambientais. As ONGs citam por exemplo, o caso da rodovia que liga Cuiabá (MT) a Santarém (PA), em uma faixa de apenas 50km ao longo de quatro trechos da estrada, de 120 mil a 270 mil km² em área de floresta praticamente virgem e riquíssima em biodiversidade, poderão ser desmatados em um período de 25 a 35 anos. -As rodovias são áreas de grande incidência de desmatamento-, alerta Adriana. O estudo do qual ela tomou parte denuncia que o corte da floresta traria três ciclos viciosos de empobrecimento ambiental. O primeiro seria a procura de terras nas margens das estradas pavimentadas, o que estimularia a implantação de pecuária extensiva e da agricultura de corte a partir da queima da floresta. O ciclo posterior seria a exploração madeireira e fortes períodos de seca, que aumentariam a superfície de floresta queimada. No último ciclo, a expansão do desmatamento inibiria a ocorrência de chuvas e diminuiria a evaporação típica da região. A melhoria das estradas também atrairia grandes quantidades de migrantes e intensificaria a presença dos grileiros e dos conflitos fundiários. (Ambiente Brasil, 23/04)