COMPARAÇÃO DA DIVERSIDADE DE MAMÍFEROS NÃO-VOADORES EM ÁREAS DE FLORESTAS DE RESTINGA E ÁREAS REFLORESTADAS COM PINUS ELLIOTTII NO SUL DO BRASIL
2003-04-22
Resumo: No Rio Grande do Sul algumas áreas originalmente cobertas por matas de restinga foram substituídas por plantios de pinus. Os efeitos desta modificação ambiental sobre a fauna são praticamente desconhecidos. Neste estudo comparei a riqueza, diversidade e abundância de mamíferos não-voadores em áreas de matas de restinga e áreas contíguas reflorestadas com Pinus elliottii em uma localidade do município de Palmares do Sul, Rio Grande do Sul. Para essas comparações selecionei dois pares de áreas florestadas. Cada par era composto de uma mata de restinga e um plantio de pinus próximo (£ 200 m). Para a amostragem de pequenos mamíferos montei uma grade de armadilha em cada área de amostragem, constituída de 10 x 10 estações de captura, distantes 15 m umas das outras (área total de 1,82 ha). Os esforços de captura totalizaram 1360 armadilhas/noite para cada área de um dos pares e 1280 armadilhas/noite por área no outro par ambos ao longo de um ano. Para a estimativa da diversidade e abundância de mamíferos de médio ou grande porte utilizei o método de armadilhas de pegadas, dispostas em transectos nas áreas analisadas. Realizei 10 séries de captura, entre outubro de 2000 e outubro de 2001. Os resultados mostraram que as matas de restinga em estudo não suportam uma fauna variada e rica em espécies de mamíferos não-voadores. Embora as florestas de pinus sejam estruturalmente mais pobres, o número total de espécies registrado nessas matas foi pouco inferior à mata de restinga. A diversidade de mamíferos não-voadores variou entre ambos os tipos de mata. A análise de abundância em cada área de comparação mostrou não haver diferença entre as áreas mais próximas, ao passo que a diferença foi significativa entre as áreas mais distantes. Dentre os pequenos mamíferos, Oligoryzomys nigripes foi a espécie dominante nas matas de restinga. Embora pareça não ocupar efetivamente as matas nativas Mus musculus é um potencial colonizador das florestas de pinus. Dentre os mamíferos de médio porte, Didelphis albiventris, seguido de Cerdocyon thous, foi a espécie mais abundante nas matas de restinga, a qual representa a espécie com maior número de registros nas áreas de plantios de pinus.
Instituição: Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos.
Autor: André Osório Rosa.
Professor orientador: Dr. Emerson M. Vieira.
contato: Centro de Ecologia (51) 591-1122