ASPECTOS ECOFISIOLÓGICOS DA GERMINAÇÃO DE MEGÁSPOROS E DO DESENVOLVIMENTO INICIAL DE REGNELLIDIUM DIPHYLLUM LINDMAN (PTERIDOPHYTA, MARSILEACEAE)
2003-04-17
Resumo: Esporófitos e esporocarpos de Regnellidium diphyllum foram coletados nos municípios de Gravataí e Triunfo, no Rio Grande do Sul. As plantas foram mantidas em cultivo por seis meses, para verificar o processo de maturação dos esporocarpos. Esporocarpos intactos foram mantidos por 22 meses em água para verificar sua eventual abertura pela decomposição da parede. Esporocarpos rompidos foram utilizados em experimentos relativos a estresse por temperatura e presença de NaCl em diversas concentrações em meio de cultura, registrando-se os níveis de tolerância e resistência, tanto na capacidade de germinação de megásporos como no desenvolvimento inicial de esporófitos. Os resultados revelaram que os megásporos germinam e desenvolvem esporófitos em temperaturas entre 15ºC e 30ºC. Os megásporos, protegidos em esporocarpos, resistem desde o congelamento, até 100ºC. Os megásporos apresentaram ótimo de germinação e desenvolvimento na faixa de ca. 25ºC, enquanto a exposição de megásporos a 5ºC revelou ser letal. A exposição ao meio de cultura a 10ºC não permitiu a geminação, que ocorreu na mesma amostra, quando a temperatura foi elevada a 15ºC. O megásporos mostraram-se tolerantes a concentrações entre 1g e 5g de NaCl/L, no meio de cultura. O meio com 10g NacL/l, revelou ser letal, enquanto a exposição a concentrações maiores, até 35g,NaCl/L bloqueou a germinação, que ocorreu quando os megásporos expostos foram transferidos para meio de cultura sem NaCl. Quanto ao processo de germinação, os megásporos são fotoblásticos negativos e formam plântulas esporofíticas clorofiladas, mesmo no escuro total. Estes aspectos da ecofisiologia são relevantes para o entendimento da biologia desta interessante espécie endêmica no estado.
Instituição: Universidade do Vale do Rio dos Sinos - Unisinos
Autor: Nelsa Cardoso
Professor orientador: Dr. Paulo G. Windisch
Contato: Centro de Ecologia (51) 591-1122