CATADORES DE RUA DE PORTO ALEGRE SOFREM COM SEMI-ESCRAVIDÃO
2003-04-08
Catadores de rua de Porto Alegre, responsáveis pela coleta de mais de 125 toneladas de material por dia, são vítimas de atravessadores que criam regimes de semi-escravidão. Conforme o Centro de Mídia Independente de Porto Alegre, catadores de rua, como os que vivem na Vila dos Papeleiros, são escravos dos atravessadores que pagam muito pouco e muitas vezes controlam todos os recursos dos quais dependem: são donos do carrinho do catador, do barraco onde mora a família e até do boteco onde faz as compras e no qual mantém dívidas intermináveis. A situação dos que trabalham associados dentro de galpões de reciclagem seria um pouco melhor mas é ainda muito precarizada e recebe pouco apoio das prefeituras. Porto Alegre é uma das capitais brasileiras com melhor e mais barato serviço de coleta seletiva mecanizada do Brasil, a prefeitura coleta uma média 60 toneladas por dia a um custo de 120 reais por tonelada. Este serviço (dos catadores) equivale a uma economia mensal para os cofres públicos de 390 mil reais ou 13 mil m3 de espaço preservado todo mês. Apesar de prestarem um serviço público, os catadores não recebem um centavo do estado e ainda sofrem constantes restrições ao seu trabalho.