MINAS GERAIS SABIA DESDE JULHO QUE EMPRESA CATAGUAZES POLUÍA
desastre de cataguases
2003-04-07
Desde meados de 2002, a Agência Ambiental do Governo Mineiro (Feam) tinha informações de que a Indústria Cataguazes de Papel poluía afluentes do rio Pomba, em Cataguases (MG), e funcionava sem licença ambiental. Mesmo tendo conhecimento das irregularidades, o órgão não multou a empresa responsável pelo vazamento de milhões de litros de resíduos tóxicos do processo de fabricação de celulose. A Feam soube das irregularidades da empresa inicialmente em julho de 2002, por meio da cópia de um boletim de ocorrência (BO) da Polícia Florestal de Minas, que vistoriou o local após o Ibama ter recebido uma denúncia anônima de poluição. No dia 11 de novembro, por conta do processo de licenciamento ambiental, a Feam foi ao local e confirmou as acusações. O auto de fiscalização, que teve uma cópia enviada ao escritório do Ibama em Minas Gerais, constatou que a empresa despejava no ribeirão Meia Pataca efluentes líquidos industriais e sanitários, além de dispor de forma irregular os resíduos sólidos. Por causa dos problemas encontrados, a licença ambiental foi negada, mas a Cataguazes não foi sequer autuada. No dia 5 de fevereiro deste ano, a Polícia Florestal voltou ao local, motivada por uma segunda denúncia feita à ouvidoria do Ibama, e os problemas persistiam. O BO relata ainda a existência de dois tanques contendo um líquido negro, parecido com óleo queimado. Em nenhuma das visitas, entretanto, foi registrado algum risco de vazamento. A Feam afirmou não ter recebido os boletins de ocorrência, cujo envio foi confirmado pelo capitão Arley Ferreira, assistente técnico de meio ambiente da Polícia Militar. (FSP Online, 05/04)