Até agora, não há certeza sobre a composição do material vazado da empresa Cataguazes que matou grande quantidade de peixes. A empresa responsável pelo armazenamento do material contesta a presença de substâncias tóxicas na mistura. Ambientalistas, porém, afirmam haver, além da soda cáustica e sulfeto de sódio substâncias perigosas como chumbo, enxofre e antraquinona. O deputado federal Fernando Gabeira divulgou, na sexta-feira (4), ter tido acesso ao laudo que constatou ainda a presença de mercúrio. O químico Hans Jürgen Kleine, gerente de qualidade, segurança e meio ambiente da Klabin, explica que o licor preto é um líquido com a consistência de um xarope, resultado do cozimento da madeira em uma mistura de soda cáustica e sulfeto de sódio. Com 30 anos de experiência no setor, Kleine afirma que a mistura não contém chumbo e duvida da presença de enxofre. Sobre a mortandade de peixes nos rios locais, o químico diz que a matéria orgânica do licor é decomposta e os microorganismos da água acabam consumindo o oxigênio do rio. Para o professor Josef W. Baader, do Instituto de Química da USP, as conseqüências do acidente ecológico só poderão ser medidas diante do conhecimento do laudo. (ZH/Eureka!/3)