ANÁLISE DO FORRAGEIO DE BASILEUTERUS CULICIVORUS E B.LEUCOBLEPHARUS (AVES, PARULIDAE) EM MATA SEMI-DECIDUAL NO SUL DO BRASIL
2003-03-31
RESUMO: Este estudo pretendeu avaliar se ocoriam diferenças durante o comportamento de forrageio do pula-pula-assoviador (Basileuterus leucoblepharus) e do pula-pula (B.culicivorus) no inverno e verão em uma remanescente de floresta estacional semidecidual ( 50°59’28” W 30°16’14”S), no sul do Brasil. As variáveis avaliadas foram quatro dimensões de nicho: altura de forrageio, manobras de ataque a presas, tipo e ângulo do substrato onde as presas foram atacadas. O trabalho foi desenvolvido entre 07/julho a 19 de agosto de 2000(inverno) e 23/dezembro/2000 a 10 de fevereiro de 2001 (verão). Em ambas as estações do ano foi evidente que B. leucoblepharus forrageou em estratos mais baixos do que B.culicivorus de forma significativa. Os resultados demonstraram que com relação à frequência de utilização das manobras de ataque a presas houve diferenças significativas entre as espécies de Basileuterus
Estudadas, onde ficou constatado que B. leucoblepharus utilizou manobras perto do poleiro com maior frequência do que B. culicivorus no inverno e no verão. O principal substrato de forrageio para B. leucoblepharus no verão e no inverno foi o solo, porém para B. culicivorus foi o principal substrato de forrageio foram as folhas verdes para ambas as estações. O ângulo do substrato utilizado para capturar presas durante o forrageio foi significativamente diferente para as espécies estudadas somente no inverno, onde B. culicivorus usou frequentemente mais substratos verticais do que B. leucoblepharus. Com relação a diferença de forregeamento para B. leucoblepharus durante o inverno e verão constatou-se que não ocorreram diferenças significativas. Já para B. culicivorus, quando se compara inverno e verão, pode-se observar que ocorreram diferenças significativas quanto ao uso de diferentes substratos e manobras de ataque a presas, exceto em relação a altura de forrageamento. Os resultados do presente estudo permitem concluir que existe segregação durante o forrageamento das espécies estudadas, fato este também corroborado pelos índices de sobreposição de nicho.
Instituição: Universidade Federal do Rio Grande do Sul- UFRGS.
Autor: André de Mendonça Lima.
Contato: Programa de Pós-Graduação em Ecologia- 3316-6771.