A nova legislação ambiental, que prevê cotas crescentes para a reciclagem de pneus usados no Brasil, está impulsionando o co-processamento desse material como combustível para produção. Empresas como Votorantim, Lafarge, Petrobras e Cocamar estão substituindo outras fontes de energia, como coque de petróleo, xisto e biomassa, por pneus triturados. A Cocamar, cooperativa agropecuária com sede em Maringá (PR), iniciou no mês passado a substituição por pneus de parte do bagaço de cana-de-açúcar usado em suas caldeiras. O pneu tem poder calorífico quatro vezes maior do que o bagaço, promovendo uma economia de 3,8 mil toneladas por mês do resíduo de cana usado pela cooperativa. Segundo Claudomiro Sirotti, responsável pelo desenvolvimento de novos produtos da cooperativa, a expectativa é a substituição de 20% do combustível utilizado. Neste mês serão queimadas 950 toneladas de pneus, volume que representa 5% do combustível usado pela cooperativa. A Votorantim conseguiu uma economia calórica de 10% com a troca de parte do coque de petróleo usado na fabricação de cimento na unidade da Cimento Rio Branco (PR). A fábrica foi a primeira a adotar o co-processamento de pneus dentro do grupo, projeto que será ampliado no Paraná e implantado em mais três unidades nos próximos quatro meses. (GM/C3)