As margens do Rio Pinheiros, que atravessa a cidade de São Paulo, estão se transformando num grande jardim à céu aberto. Trata-se do projeto Pomar, uma iniciativa do Jornal da Tarde, concretizado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente em parceria com empresas privadas, desenvolvido desde outubro de 1999. A mudança radical no cenário é visível até pelo pedestre mais desatento. Além das flores que já desabrocharam, espécies arbóreas e arbustivas, que foram plantadas no início do projeto, começam a formar pequenas matas. Inicialmente, 240 mil mudas foram plantadas na margem esquerda do Pinheiros. Em breve, o projeto concluirá o plantio de outras 150 mil na margem direita. Entre as espécies estão vegetações nativas da Mata Atlântica, como embaúba, aleluia e urucum. Essas plantas têm ciclo de vida efêmero. Em compensação, contam com mecanismos de reprodução eficaz, que gera muitas sementes. Antes de plantar nas margens do Pinheiro, o projeto fez uma detalhada análise do solo e levantamento de espécies. Por isso, o Pomar é considerado um grande laboratório. Os canteiros funcionam como laboratório para os institutos de Botânica, Florestal e Geológico, envolvidos no projeto. A Secretaria frisa que não se trata de um projeto de reflorestamento, pois a Marginal sofreu modificações no leito. Espécies nativas estão sendo mescladas a outras paisagísticas graças ao trabalho de correção de solo que foi desenvolvido no local. O trabalho baseia-se em estudos feitos para definir a espécie mais adequada para cada trecho. O monitoramento do projeto vai até março de 2002. Após dois anos de monitoramento bimestral será possível verificar quais as espécies mais resistentes e adaptadas ao plantio nas condições das marginais e recomendá-las para plantio em locais de solo altamente compactado.