PPG7 AVALIA INVESTIMENTOS NA MATA ATLÂNTICA
2001-07-16
O Grupo Consultivo Internacional do Programa Piloto para a Proteção das Florestas Tropicais do Brasil (PPG7) avaliou, de 9 a 13 de julho, alguns dos projetos de preservação da Mata Atlântica financiados pelo programa no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina, São Paulo e no Paraná. A equipe sobrevoou áreas e observou remanescentes da Mata Atlântica, além de manter reuniões com representantes do governo, de ONGs e de movimentos sociais. Pronto a entrar na segunda fase de investimentos, o PPG7 prepara-se para destinar a maior quantia já aprovada pelo programa na preservação da Mata Atlântica: US$ 114 milhões. Até agora, o grupo dos sete países mais ricos do planeta estava mais voltado para a Floresta Amazônica. Tanto assim, que dos cerca de US$ 300 milhões investidos na primeira fase, iniciada em 1993, apenas US$ 6 milhões foram destinados a projetos em benefício da Mata Atlântica. Contatos para captação destes recursos junto a diversos países estão sendo realizados. A Alemanha, por exemplo, já demonstrou interesse em doar US$ 10 milhões nos próximos cinco anos para aplicação em projetos desenvolvidos por ONGs que trabalham neste bioma nos 17 Estados onde ele ocorre. Em setembro estão previstas negociações com a Islândia, a Finlândia, a Suécia, a Noruega e a Espanha. As prioridades para aplicação da doação do dinheiro alemão estão centradas em projetos de desenvolvimento e preservação por meio do ecoturismo, interligação de fragmentos de mata para formação de corredores, planos de manejo para implementar parques e conservação de biodiversidade. A informação é de Wigold B. Schaffer, secretário técnico adjunto do - PDA (Subprograma Projetos Demonstrativos) do Ministério do Meio Ambiente (MMA), que acompanhou a viagem. Integraram a comitiva o presidente do IAG Hervé Thery, da École Normale Superieure da França, o ex-presidente e atual vice do IAG Anthony Hall, da London School e Derk de Groot, consultor holandês, Aloysio Costa Jr., coordenador do Núcleo de Mata Atlântica do MMA e João Albuquerque, diretor executivo do Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica. A visita dedicou boa parte do tempo ao Vale do Ribeira, em São Paulo, onde se localiza o maior trecho contínuo de Mata Atlântica, representando cerca de 20% dos remanescentes do país. Lá, o grupo conheceu a comunidade quilombola de Ivaporunduva, no município de Eldorado, formada por cerca de 300 pessoas vivendo numa área de 3.158 hectares, dos quais cerca de 80% estão preservados. Esta comunidade conquistou, recentemente, o título de posse coletiva de suas terras e está com financiamento do PDA, principalmente para a elaboração do zoneamento ecológico econômico (ZEE), o aprimoramento da produção de banana, a recuperação de áreas degradas de plantio de palmito e o tratamento de lixo.