O Ibama quer mudar a mentalidade de quem explora recursos florestais na Amazônia e desconcentrar a atividade baseada quase que exclusivamente na extração de madeira. Para estimular engenheiros florestais, empresários, prefeituras e associações comunitárias a uma nova prática extrativa, os técnicos do Ibama darão uma série de cursos em toda região. No total, serão 32 cursos em 8 estados da Amazônia Legal. O primeiro será realizado em Marabá, no Pará, de 9 a 13 de julho. Os principais foco do trabalho serão os planos de manejo sustentável, instrumentos que possibilitam a retirada de recursos florestais com respeito ao meio ambiente e ganhos econômicos para a população local. Segundo o chefe do Departamento de Recursos Florestais do Ibama, Randolf Zachow, 90% dos planos de manejo registrados no ano passado tiveram que ser suspensos ou cancelados por execução inadequada. Após uma vistoria feita em todos os planos de manejo da Região Amazônica, os técnicos do Ibama perceberam que falta formação por parte de quem tem que executar os planos. A deficiência foi constatada em todas as formas de manejo existentes, desde as utilizadas em grandes empreendimentos madeireiros até as explorações mais artesanais, feitas por pequenas comunidades. Zachow afirma que a exploração incorreta prejudica a floresta e reduz os lucros, provocando o desperdício de muitos recursos, incluindo matéria-prima de alto valor comercial e científico.