A Agência Nacional de Águas (ANA) planeja investir R$ 70 milhões na compra de esgoto tratado.Trata-se de uma estratégia do governo federal que visa a estimular a construção de Estações de Tratamento de Esgoto (ETE) nas cidades brasileiras e à criação dos Comitês de Bacias Hidrográficas. A referência foi feita pelo coordenador do Programa de Despoluição de Bacias Hidrográficas da ANA, Peri Nazaret, no encontro da Comissão Pró-Comitê da Bacia do Rio Doce realizado em Colatina (ES), na semana passada. O plano foi criado em março deste ano e, segundo Peri, está sendo posto em operação nos rios Piracicaba e Paraíba do Sul, em São Paulo. Estas bacias registram um avançado grau de organização no gerenciamento da água. O programa não financia obras ou equipamentos nem realiza qualquer pagamento aos prestadores de serviços, antes do funcionamento da ETE, explicou Peri. De acordo com ele, que para habilitação na ANA necessariamente tem que ter aprovação pelo Comitê de Bacia. O recurso provém do Orçamento Geral da União (OGU) e pela cobrança pelo uso da água bruta, informa a Agência, que seleciona os empreendimentos nas bacias com maior índice de poluição. Para os ambientalistas mineiros e capixabas, a compra de esgoto é um instrumento de reforço no combate à poluição, uma vez que companhias de saneamento, prefeituras e prestadores de serviços podem recuperar em parte do dinheiro investindo nas ETEs. O Movimento Pró-Rio Doce e autoridades do Espírito Santo e Minas Gerais ganharam a adesão de uma dezena de movimentos sociais do Vale do Rio Doce.