A Câmara de Vereadores de Ilhéus revogou, na última sexta-feira (29/6), o repasse da concessão do serviço de água para o Estado, que viabilizaria a privatização serviço. Foi aprovado por 11 votos o projeto de iniciativa popular que anula a autorização. A Câmara de Ilhéus é uma das primeiras a redimensionar a questão da concessão do serviço de água e esgoto. A exploração do serviço de água é municipalizada. A Embasa tem apenas a concessão do serviço e o Estado não pode privatizá-lo se não contar com autorização dos municípios. Dos 342 municípios baianos operados pela Embasa, 110 ainda resistem à privatização e Ilhéus inicia o processo de reverter decisões anteriores, repassando ao Estado a titularidade do serviço de exploração da água. Campanhas em favor da manutenção do sistema vêm sendo patrocinadas pelo Sindicato dos Trabalhadores em Água e Esgoto (Sindae), políticos baianos e setores sociais, como a Igreja, num entendimento de que a água é um bem público e não pode ser restrito a uma minoria da população. “Defendemos a universalização do serviço e apostamos que a iniciativa privada não atenderá esse critério, explorando apenas os filões, ou seja, os sistemas lucrativos”, avalia o coordenador do Sindae, Abelardo de Oliveira Filho.